segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Você nunca pediu permissão. Chegou desse seu jeito, sem avisos, sem noção e sem pedir licença. Não calculou os passos; apenas se jogou de pára-quedas em meio à minha parafernália emocional , procurando um espaçozinho, entre meus dilemas e assombrações, para se encaixar junto com suas piadinhas infames. E eu, sem paciência, sem rodeios e sem delongas, relutei, cortei suas asas e qualquer conversa improvisada. Até que você olhou nos meus olhos e sorriu. Fiquei sem entender que, naquele exato momento, você tinha descoberto, escondido logo ali, atrás de uma pilha de mágoas e decepções, um lado doce em mim e que ninguém mais via. E, no mesmo lugar, a chave da porta da frente.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ela já estava desistindo. O sino nunca mais tinha batido; não como bate quando se tem quinze anos e uma brincadeira de bem-me-quer-mal-me-quer decide o amor da nossa vida, que nos chega todo óbvio, arrebatador e com cara de felizes para sempre. Até que o “para sempre” morre dentro da gente e carrega o amor todo junto, deixando só um buraco cheio de saudade e medo de não sentir aquilo tudo de novo. Daí a gente cresce, outros amores aparecem. Só que diferente. Agora, eles são todos subjetivos, disfarçados de desdém e joguinhos de eu-só-quero-quando-você-não-quer. Tudo porque ela ficou esperando o sino bater de novo e não se deu conta que o amor também pode aparecer sutil, devagarzinho, sem fazer barulho, em doses homeopáticas. E, às vezes, até ficar de vez.