quarta-feira, 8 de junho de 2011

Universo Paralelo

Você me assusta. Eu já disse isso e provavelmente vou repetir sempre que lembrar da gente. Usei todos os meus seis sentidos para entender essa revolução orgânica que você causou no meu corpo, quando olhou pra mim e sorriu, com esses dentes milimetricamente imperfeitos e uma carinha de “eu-consigo-tudo-que-eu-quero”. Porque você é totalmente meu oposto e transita num plano paralelo ao meu, longe de tudo que me é comum e daqueles que já passaram por mim. Talvez, em outro momento, você passasse despercebido, porque você não tem aquela cara de blasé, não tem aquele jeitinho desprotegido de quem quer colo e não é aquele ser emocionalmente complicado, que tem a capacidade de virar meu mundo ao avesso e me fazer viver cinco emoções diferentes antes do meio-dia. Mas, hoje, sem qualquer motivo aparente, eu percebi você. E, antes disso, você me notou e foi em minha direção. E eu, tentando fingir que não vi, olhei pro chão e balancei meu copo, que se resumia a resto de gelo e um dedo de whisky. Daí, você apela e, discretamente, encosta sua mão na minha, fazendo meu coração, que já esta todo alegre e iludidozinho, gritar que não foi só um acidente de percurso.
Aí, você chega mais pertinho, segura meu rosto, e diz que é pra sempre. Não teve mais jeito. Quando alguém faz o peito bater forte assim, a gente tem mais é que mudar os horizontes e fazer nossos planos paralelos se cruzarem. Ou, quem sabe, até pular para o seu.