segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É melhor que vá agora. Porque sentir saudades estando ao seu lado me faz perceber que seu amor já foi embora e deixou você aqui, comigo, e a mim, sozinha.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Você nunca pediu permissão. Chegou desse seu jeito, sem avisos, sem noção e sem pedir licença. Não calculou os passos; apenas se jogou de pára-quedas em meio à minha parafernália emocional , procurando um espaçozinho, entre meus dilemas e assombrações, para se encaixar junto com suas piadinhas infames. E eu, sem paciência, sem rodeios e sem delongas, relutei, cortei suas asas e qualquer conversa improvisada. Até que você olhou nos meus olhos e sorriu. Fiquei sem entender que, naquele exato momento, você tinha descoberto, escondido logo ali, atrás de uma pilha de mágoas e decepções, um lado doce em mim e que ninguém mais via. E, no mesmo lugar, a chave da porta da frente.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ela já estava desistindo. O sino nunca mais tinha batido; não como bate quando se tem quinze anos e uma brincadeira de bem-me-quer-mal-me-quer decide o amor da nossa vida, que nos chega todo óbvio, arrebatador e com cara de felizes para sempre. Até que o “para sempre” morre dentro da gente e carrega o amor todo junto, deixando só um buraco cheio de saudade e medo de não sentir aquilo tudo de novo. Daí a gente cresce, outros amores aparecem. Só que diferente. Agora, eles são todos subjetivos, disfarçados de desdém e joguinhos de eu-só-quero-quando-você-não-quer. Tudo porque ela ficou esperando o sino bater de novo e não se deu conta que o amor também pode aparecer sutil, devagarzinho, sem fazer barulho, em doses homeopáticas. E, às vezes, até ficar de vez.

domingo, 23 de agosto de 2009

domingo

Nos meus domingos, a melancolia chega cedinho de manhã, avisando que eu posso demorar um pouquinho mais na cama e continuar enrolada nos meus lençóis e devaneios. Nos meus domingos, o céu vai descolorindo, deixando cinza o seu azul e tudo mais que reluz em minha volta. Nos meus domingos, a placidez e a tristeza predominam aqui dentro, dando uma sensação de vazio e de conforto ao mesmo tempo. Nos meus domingos, um processo de sinestesia se inicia, e os aromas viram cores, as cores evocam melodias e as melodias despertam cheiros, até me remeter ao cheiro do seu corpo que eu sentia naqueles dias em que você acordava ao meu lado, com beijos e segredos ditos baixinho no seu ouvido; em que eu te amava devagarzinho e sempre; em que o tempo nos sabotava, passando mais rápido quando ficávamos juntos. Naqueles dias, em que os domingos não eram meus e encontrar você não se limitava a uma conexão de sinapses e nostalgia.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

platônico

Por favor, não me peça atenção. Nada do que você fale me soará mais interessante do que poder contemplar todos os pedacinhos que compõem seu ser, um a um, até me perder por completo na anatomia imperfeita do seu corpo. Basta uma palavra sua e meus olhos já percorrem lentamente seus lábios, olhos, pescoço, até entrarem em êxtase por encontrar uma manchinha escondida na nuca, despertando minha curiosidade em saber o quê mais existe em você que eu ainda não conheço. Vou estudando minuciosamente todos seus movimentos, trejeitos e manias, sem deixar você perceber que nosso diálogo virou um monólogo desde o começo. Você já detém a atenção de todas; uma a menos não faria diferença. Então, ignore meu semblante de fascínio e deixa-me aqui, divagando como seria se esses detalhes seus acordassem ao meu lado todos os dias.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

deixa ser

Tinha tudo para não ser. Estava resolvido, decidido, martelo batido. Não era para 3 dias virarem mais de 8. Nem para Recife virar trecho de ponte aérea. E, muito menos, Billie Jean virar música romântica. Mas, foi.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

meu plano

Eu sei, a culpa é minha. Eu que provoquei esse abismo entre nós quando resolvi sumir. Mas, não foi por despeito ou para fazer joguinho de gato e rato, até porque a gente sabe que, nesse jogo, ninguém sai ganhando, e eu não jogo para perder, inclusive meu tempo.

Era só por um período, até eu conseguir assimilar que o real sentido das suas palavras destoava completamente do que eu entendia. Porque, antes, meu coração, sempre tendencioso e narcisista, tinha tomado o controle da situação e me impedia de enxergar que o vínculo que me unia a você já não era o mesmo que unia você a mim. A relação da gente passou de direta para inversamente proporcional, e era eu que me encontrava numa desvantagem gritante.

Mas, você não entendeu. E eu não podia justificar essa ausência e correr o risco de vê-lo sair correndo e nunca mais voltar. E, no meu plano, não existia a margem de erro que impedisse que eu voltasse. Eu sempre voltaria.

Também achei que meus anseios, tão latentes ao ponto de serem vistos a olhos nus, bastariam como explicação. Por isso, foquei somente nos meus passos, perfilhando tudo que me faria nivelar meus sentimentos aos seus, e não pensei nos efeitos colaterais que atingiriam você. Só que, de alguma forma, isso tudo o influenciou.

E agora, estamos aqui, separados por esse buraco negro, que tentamos tapar com conversas educadas e muita hipocrisia, fingindo que nada mudou.

domingo, 2 de agosto de 2009

defeito de fábrica

- pô, meu celular endoidou.
-como assim endoidou?
- eu aperto na tecla e ele não disca.
-aahhhhh já? Não era um aparelho do caralho, de última geração?
- ele é do caralho, mas tá dando defeito.
-querido, a única coisa aqui que é do caralho, mas que dá defeito, sou eu!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

esfregando o ego no asfalto

- Você me despreza, não é?
- Se eu pensasse em você, provavelmente o desprezaria.

(diálogo do filme Casa Blanca)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

ponto de partida

Eu me perdi. Você me confundiu tanto que acabou misturando todos meus sentidos e abalando minha pouca noção de direção. Agora, eu já não sei ao certo onde ficam os pontos cardeais . Muito menos para onde ir. Minha bússola apenas aponta na localização oposta da sua. Acho que já é um bom começo.
Aqui dentro, nenhuma novidade. Ninguém sai, ninguém entra. Existem portas que não se arrombam.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

desassossego

Encontrar você me desconcerta. Eu sei que não deveria ser assim, afinal, eu trancafiei você na minha caixinha de Pandora e nunca mais me permiti abri-la, porque tudo que mexe comigo está lá dentro e agora, mais do que nunca, eu preciso de sossego. Eu também me imunizei mentalmente, condicionando minha cabeça a desviar os meus pensamentos para outra direção sempre que você aparece de relance neles.

Mas, é só seu olhar ir de encontro ao meu e todo meu corpo entra em colapso. Meu coração, que já vinha numa batida sôfrega e lenta por tristeza de funcionar sem você, bate em descompasso, como se quisesse acompanhar o ritmo do seu. Enquanto isso, eu faço um esforço sobre-humano para me manter de pé, porque minhas pernas já entraram em dormência profunda, atrapalhando minha vontade de sair correndo dali e evitar que você perceba meu rosto ruborizar. Em fração de segundos, você rouba meu oxigênio e me impede de pensar com coerência, misturando o certo e o errado e espantando de vez toda a razão que me protege de você.

Então, quando me encontrar na rua, entenda se eu desviar seu olhar do meu. É que eu ainda preciso de todo meu corpo funcionando em cadência constante para que eu consiga dar um passo à frente e deixar você para trás.

domingo, 26 de julho de 2009

Alta noite já se ia
Quando finalmente conseguiste escutar
Os pensamentos que tentaste calar
Entre as buzinas dos carros
E o caos da manhã

Mas tão logo que te permites divagar
Já surge um inconsciente bloqueio
Que te faz não querer mais pensar
Sobre o que te fez chegar onde estás

É concebível para ti
Viver nesse conflito interno
Entre o “se” e o não
Criando um plano paralelo

Ressuscitando personagens
Nesse palco de alucinação
Montas um enredo quase que perfeito
De amor, luxúria e tentação

Mas a aurora te desperta
Dessa doce e suave fantasia
De que é possível construir castelos
Com migalhas de lembrança e nostalgia

É quando atentas então
Para a crua realidade
De que o que refúgio que criaste
Não passa de uma fina mistura
De ficção, memórias e contraste

quinta-feira, 23 de julho de 2009

à francesa

Eu fui embora. Sem despedidas, sem surpresa e sem adeus. Apenas um post-it amarelado, na cabeceira, dizendo "chegou a hora". Era o suficiente. Mais palavras não mudariam o que já estava condenado a ser efêmero.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

com licença, você vai embora

Eu resolvi esquecer você. A partir de hoje, evitarei encontros , sejam os casuais, os propositais e até os de olhares. Mas, se por acaso eu falhar e der de cara com você, não me venha com abraços e conversinhas no pé do ouvido, só para tentar me amolecer. Acabarei com as mensagens fofas e ébrias de madrugada que, de alguma forma, terminam me levando até você, porque eu que comecei com essa mania e tenho todo direito de terminar com ela.

Esqueça as ligações intermináveis, em que falávamos coisas só de nós dois. E, mais ainda, aquelas em que nada se conversava e que apenas pairava um silêncio profundo, mesmo que se estivesse desmaiando de sono, ou às vezes até dormindo, porque a vontade naquele momento era apenas a de sentir o outro perto.

Você se resumirá a mais um capítulo mal resolvido e bem encerrado, cheio de reticências e espaços em branco, onde não existe mais "eu e você", assim, unidos por uma conjunção aditiva. E sim você, de um lado, e eu, no outro extremo, separados por um ponto final.

Mas, para isso, terei que fazer uso de todas as minhas forças mentais e esgotar todo o meu potencial de racionalidade, mesmo que eu corra o risco de sofrer um AVC. Só assim eu consigo condicionar a minha cabeça a mandar no meu coração. Porque esse ainda não pensa, só sente. E, ultimamente, sente muito a sua falta.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

quanto mais eu rezo...

Para me livrar de assombração,
larguei o terço
e virei agnóstica

Para me livrar de você
tomei whisky
e vergonha na cara

segunda-feira, 29 de junho de 2009

2 pés atrás

Eu acredito tanto em você que, se você me der "bom dia", eu vou correr até a janela para conferir se ainda está claro lá fora.

auto-sabotagem

Eu cai no seu jogo. Logo eu, toda desconfiada, toda cética, toda calejada por outros tipinhos ordinários que se aproveitaram do meu coração virgem de canalhices e me deixaram cheia de marcas e mecanismos de defesa.
Eu, que às vezes desconfio até de mim mesma, pois minha própria cabeça já me confundiu algumas vezes e me deixou desse jeito, andando como se pisasse em ovos o tempo inteiro.
Eu, que no mínimo sinal de perigo, já disparo uma sirene de ambulância dentro de mim, que me alerta para sair correndo e pular fora.
Mesmo assim, eu acreditei em você.
Óbvio que não dei ouvidos a muita coisa. Sabia que algumas palavras que saiam da sua boca, sem o menor compromisso e disparate, faziam parte do seu repertório. Mas, de alguma forma, me deixei levar.
Quando dei por mim, eu era sua, e você era apenas um personagem, com pseudo-sentimentos e frases de efeito. Mas, não foi mérito seu.
Eu é que fui tola e não percebi que, enquanto prestava atenção nos seus passos para não ser enganada por você, meu próprio coração, em conluio com meu inconsciente, já me sabotavam e estavam prestes a me trair.

domingo, 28 de junho de 2009

Pus minha mão no fogo. Sabia que poderia me queimar. Mas, curiosa e inconsequente que sou, resolvi arriscar. Resultado: queimadura em terceiro grau, embora a sensação fora como a de um balde de água fria.

Neverland

Eu não corri de você. Apenas me refugiei num lugar onde seu cheiro jamais vai alcançar. Aqui, eu não sinto sua falta. Mesmo fazendo esforço, não consigo lembrar dos seus beijos, sorrisos e nem da sua voz. Não sei mais dizer se você tem cicatrizes ou sinais no rosto. Tampouco se foi sua inteligência, doçura ou jeito que me seduziu.
Sua imagem se reduziu a um vulto cinza e embassado.
Onde eu me encontro, você é apenas ilusão. Algo que não existiu de fato, só em pensamento. E hoje, esses pensamentos sequer existem mais.
E, mesmo que um dia eu sinta necessidade de preencher algum vazio e queira lembrar tudo que representa você, vai ser impossível. Pois eu não sei o caminho de volta.
Não perca tempo tentando me achar. Não acho que você seja capaz de encontrar.
Eu fugi para a realidade, meu bem.





Racumim

Acordei sem ar, com um aperto no peito e um nó na garganta. Fiz um raio-x e vi o estrago. Coração e cabeça intoxicados. Extrai você de mim. Não tive escolha: sou alérgica a veneno para rato.


TPM

é o direito de ser bipolar, a cada mês, entre 5 e 7 dias.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

prazer de comer bem

Cozinhe
tempere
jogue pimenta
e sal à gosto

mas, depois de comer
não venha me dizer
que o gás acabou
e me negar fogo

Prendado

Pode me cozinhar
Pintar e bordar
À vontade

Só deixe avisado
quando você cansar
de brincar de dona de casa

Fora de moda

Avisem a Lispector
Que essa coisa
De gostar do que não presta
Do malfeito
E inacabado
Ficou démodé


*referência a um escrito de Clarice Lispector. Para quem não conhece:

"O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão"

quarta-feira, 24 de junho de 2009

de amor, só se morre uma vez
dizia o poeta
jamais ouvi tamanha tolice, retruquei
eu mesma
já morri mais de duas
só neste último mês

combustão

fugaz
como fogo em palha seca
termina
em caixão e vela preta

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Eu não quero mais você. Agora, não mais. Eu sei que é chocante, e parece intriguinha de garota mimada só para chamar sua atenção, já que eu sempre me derreto só de ouvir sua voz e vou até você toda vez que você sinaliza me querer. Noutros tempos, ficaria uma semana em casa, enfiada embaixo do edredon, só de pensar em não te ter por perto, à minha vista ou nos meus pensamentos. Não agüentaria dizer isso assim, tão abertamente, correndo risco de nunca mais sentir você dentro de mim.


Mas, agora é diferente. Hoje eu quero ficar só e poder sentir meu coração realmente vazio. Quero ouvir Chet Baker e Radiohead e não ter ninguém em quem pensar. E, quem sabe, até sofrer por isso. Ter certeza de que “felizes para sempre” é coisa de roteirista meia boca, que não sabe como concluir uma história e empurra essa balela antes dos créditos finais só para a gente sair sorrindo do cinema e não atestar sua incompetência. Quero ter minhas noites de insônia tentando organizar a bagunça da minha vida e ver que você sequer apareceu de relance na minha faxina mental, ou que, no mínimo, foi parar embaixo do tapete, junto com as sujeirinhas que a gente nao faz questão de guardar. Quero me frustrar e perder meu dia porque não tenho mais inspiração pros meus textos tristes e melancólicos.Quero acreditar em Quintana quando ele diz que "é tão bom morrer de amor e continuar vivendo".


Só espero que esquecer você também seja somente uma questão de querer.

Da minha pior dor
És o principal culpado
então, me ajude a te esquecer
assim eu paro de escrever sobre você
e acabo de vez com essa tendinite

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ponto de ebulição

Já me disseram que você me leva na conversa
em banho maria
eu discordo
acho que você me cozinha, sim
mas em alta potência

quinta-feira, 4 de junho de 2009

era uma vez... e nunca mais

São quase cinco da manhã. Você ainda dorme e eu preciso ir embora. Me perdoe, meu bem, mas hoje eu não vou me despedir. Antes de levantar da cama, eu não vou beijar seus olhos e esperar eles sorrirem de volta para mim, como faço quase todas as manhãs. E nem continuar ao seu lado, abraçada a você, querendo que o tempo pare naquele momento. Acredite, nada me faria mais feliz do que esperar você tirar as peças de roupa que vou vestindo, só para eu ficar deitada com você um pouco mais. Mas, eu não vou. Não dessa vez. Não vou agüentar sentir o peso dos seus olhos seguindo meus passos em direção à porta, até eu virar para trás e vê-lo me espiar, com o cobertor até o nariz.


Porque, diferente das outras vezes, eu não pretendo voltar.


A culpa não é sua. É que eu ainda não consegui distinguir quando seu “não” quer dizer sim, e quando seu “sim” não quer dizer absolutamente nada. Ou, talvez, minha cabeça esteja confusa demais para recorrer às minhas aulas de interpretação de texto do colegial e tentar decodificar suas mensagens subliminares, bem como fazer com que você entenda que “não sei” não é resposta, independentemente da pergunta que se faça.

Falta equilíbrio emocional em mim para suportar seu comportamento volúvel de menino mimado, que quer tudo, mas não sabe o que esse tudo representa.


Pode até ser que eu sinta sua falta e perceba o quão difícil é encontrar outra pessoa que agüente meus momentos de brabeza e consiga me adular até me deixar calminha e doce novamente. Mas, nesse momento, eu não tenho mais forças para catar seus defeitinhos e montar um quebra-cabeça para decifrar você, porque hoje sou eu que me encontro aos pedaços.


Por isso, dessa vez, eu vou somente olhar para trás, confirmar que seus olhos ainda estão fechados e saber que deixá-lo dormindo foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.

Porque eu ainda não aprendi a ser amada pela metade, enquanto eu amo por inteiro.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Com o tempo, tudo passa. O que não passa, a gente passa por cima.

domingo, 10 de maio de 2009

Do lado de dentro

Se, num dia qualquer, eu bater a sua porta, você promete me deixar entrar? É que às vezes eu sinto essa necessidade premente de não ficar só e você, mais do que ninguém, consegue me fazer sentir completa. Eu deixo você conhecer meus segredos, aqueles que eu guardo numa caixinha imaginária, do lado do travesseiro. Mas, eu vou querer saber as suas verdades, aquelas só suas, e vou querer fazer parte delas também.
Prometo entender seus medos, mas você vai conviver com os meus e ter que dormir com o abajur aceso, porque você já conhece meu medo de escuro. Eu divido minhas alegrias e meu edredom com você. Mas, você vai ter que parar de fugir de mim toda vez que se assusta ou fica com medo do inseguro, porque ficar junto é muito mais do que certeza e segurança. Eu prometo te dar um beijo todo dia de manhã, e à noite também, além de outras coisinhas mais. Mas você vai ter que me prometer carinho e chocolates no domingo.
Você vai conhecer meus ciúmes bobos e minhas manias, e vai aprender a aceitá-los, porque eu sou muito mais fofa do que tudo isso e você não vai resistir. E vai entender também quando eu inventar brigas sem motivo e começar a chorar só para quebrar o gelo, porque eu tenho horror quando as coisas tendem a ficar entediantes. E se, num dia qualquer, eu tentar fugir de você e for embora, prometo não demorar em voltar. Porque você sabe que eu só faço isso por puro charme e pra ter certeza de que você me quer.
Então, quando eu bater, me deixa ficar pra sempre? Mas faça isso logo, e depressa. Antes que esse sentimento todo acabe e eu pare de me imaginar com você.

quando eu te encontrar
vou regular teu relógio
marcar a hora certa
para você nunca se atrasar

porque o desejo tem pressa
não quer saber dessa conversa
de demorar em chegar

Mas, quando estiver contigo
eu quero que o relógio quebre
que os ponteiros não se acertem
fazendo o tempo parar

porque, com você
tudo fica tão perfeito
que até o relógio quebrado
volta a funcionar

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Untitled

Bem que poderia ter sido diferente.
Você poderia não ter esse jeitinho tímido irresistível. Muito menos esse ar enigmático e essa mania de soltar comentários impertinentes quando bebe. Poderia não mexer comigo de uma forma que ninguém mais mexe. Poderia gostar de música brega, forró e axé. Poderia não beijar tão maravilhosamente bem. E não ser tão doce , inclusive quando eu não mereço. Poderia não me deixar ficar com o lado direito da cama, só porque eu tenho um transtorno obsessivo que não me deixa dormir do outro lado. Nem me desculpar quando eu tenho meus ataques insanos e brigo com você. Sem dúvidas, poderia não ser mais inteligente do que eu, me dando uma chance de resposta. Poderia ser canalha, grosso e pedante. E olhar pra mim sem notar que eu estou observando você há horas. Poderia me ligar sem que isso fizesse meu coração sair pela boca , tampouco me tocar e falar no meu ouvido sem que eu me arrepiasse inteira. Poderia me pedir para ficar e nunca mais me deixar ir embora. Poderia não ser tão dificil de esquecer.
Bem que poderia ter sido diferente.

Eu poderia não ter me apaixonado por você.

segunda-feira, 4 de maio de 2009


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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Eu tive certeza. Desde aquele meio sorriso torto, puxado pro canto da boca, eu tive certeza de que você seria meu fim.
Eu queria muito estar errada e achar que era fruto dessa minha mania de gostar do que é esquisito. Torci para você ser alienado, superficial e junkie, daquele tipinho que vive em baladas e cujas programações são típicas de alcoólatras da meia idade.
Desse jeito, seria mais fácil. Não sentiria tanto a sua falta quando você resolve sumir por dias, e nem ficaria tão feliz quando você me procura depois dizendo estar com saudades. Não me sentiria uma completa idiota quando você me irrita e depois vem com palavrinhas doces e infantis. Não dormiria tão fácil só por sentir você perto. Eu, logo eu, que sofro de insônias terríveis. Não ficaria horas imaginando o que se passa na sua cabeça quando você me olha sério por minutos e não diz uma palavra. Nem passaria um segundo sequer olhando você dormir, sem me mexer para não perturbar seu sono. Muito menos demoraria tanto num abraço quanto nos que dou em você, com vontade de não largar nunca mais. Não perderia esse meu jeito sério com tanta facilidade, ficando desconcertada, só por estar ao seu lado. Mas, principalmente, não teria tanta raiva quando você tem seus ataques de grosserias fora de hora, sem motivo e sem pedir desculpas, me ignorando e deixando meu coração apertadinho de angústia e saudade.
Da próxima vez, não sorria para mim.

sexta-feira, 3 de abril de 2009