segunda-feira, 22 de junho de 2009

Eu não quero mais você. Agora, não mais. Eu sei que é chocante, e parece intriguinha de garota mimada só para chamar sua atenção, já que eu sempre me derreto só de ouvir sua voz e vou até você toda vez que você sinaliza me querer. Noutros tempos, ficaria uma semana em casa, enfiada embaixo do edredon, só de pensar em não te ter por perto, à minha vista ou nos meus pensamentos. Não agüentaria dizer isso assim, tão abertamente, correndo risco de nunca mais sentir você dentro de mim.


Mas, agora é diferente. Hoje eu quero ficar só e poder sentir meu coração realmente vazio. Quero ouvir Chet Baker e Radiohead e não ter ninguém em quem pensar. E, quem sabe, até sofrer por isso. Ter certeza de que “felizes para sempre” é coisa de roteirista meia boca, que não sabe como concluir uma história e empurra essa balela antes dos créditos finais só para a gente sair sorrindo do cinema e não atestar sua incompetência. Quero ter minhas noites de insônia tentando organizar a bagunça da minha vida e ver que você sequer apareceu de relance na minha faxina mental, ou que, no mínimo, foi parar embaixo do tapete, junto com as sujeirinhas que a gente nao faz questão de guardar. Quero me frustrar e perder meu dia porque não tenho mais inspiração pros meus textos tristes e melancólicos.Quero acreditar em Quintana quando ele diz que "é tão bom morrer de amor e continuar vivendo".


Só espero que esquecer você também seja somente uma questão de querer.

2 comentários:

  1. Maria! Tudo bom?
    Acompanho esse teu blog há um tempo e sempre marco presença no O Homem Errado.
    Parabéns pelo trabalho e ta favoritada!

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  2. Carocha... denso e concreto. Adorei o texto e já não é o primeiro que me agrado. Mas sinceramente, não sei se torço pra essa paixão -mesmo um tanto sofredora - da Mulher Certa acabar porque como diria o Poetinha: "Senão é como amar uma mulher só linda
    E daí? Uma mulher tem que ter
    Qualquer coisa além de beleza
    Qualquer coisa de triste
    Qualquer coisa que chora
    Qualquer coisa que sente saudade
    Um molejo de amor machucado
    Uma beleza que vem da tristeza
    De se saber mulher
    Feita apenas para amar
    Para sofrer pelo seu amor
    E pra ser só perdão"

    E assim como no samba que é a tristeza que balança, para a prosa também nos embala e nos intriga mas só se tiver uma pitada de melancolia. Afinal, sem ela pra quê existiria a esperança, concorda?

    Beijocas.

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